No último mês de maio, os funcionários da rede municipal de educação de Gavião Peixoto receberam o apoio técnico do INEC em ações planejamento e capacitação de professores com foco nas metodologias ativas e no uso intensivo de aplicativos digitais para o ensino à distância.
Dentre as ações desenvolvidas neste projeto destacam-se o planejamento estratégico situacional no contexto da pandemia, mapeamentos e diagnósticos para mensuração dos problemas/prioridades de formação e o treinamento de professores para o uso de ferramentas e aplicativos digitais voltados para o Ensino à distância.
Em Gavião Peixoto, participaram das oficinas todos os professores, os quais foram divididos em turmas com presença máxima de 10 profissionais por sala.
Durante as atividades, foram respeitados todos os protocolos sanitários de distanciamento social, o uso obrigatório de máscaras de proteção e álcool gel para desinfecção dos equipamentos. Ao todo, foram realizadas 32 sessões de treinamentos nos aplicativos Google Classroom (sala de aula), Padlet (quadro negro virtual) e Book Creator (livros digitais), além de duas sessões de planejamento com as equipes gestoras da Secretaria Municipal de Educação.
Para a Secretária de Educação, Sônia Regina Mattiassi, os desafios encontrados em relação ao processo ensino e aprendizagem têm sido enormes: “Buscávamos uma formação que abordasse ferramentas tecnológicas acessíveis e que contribuísse para o desenvolvimento de roteiros pedagógicos elaborados pelos professores e encaminhados para os alunos. Nesse sentido, as oficinas oferecidas pelo INEC aos professores e equipe gestora proporcionaram um aprendizado que nos auxiliará não somente para a continuidade das aulas remotas, mas também após esse período”.
Com as aulas presenciais suspensas desde o início da Pandemia de Covid19 muitos professores têm relatado dificuldades nos processos de implementação de ensino a distância. Dados da pesquisa “A Educação não pode Parar”, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) em parceria com o IEDE – Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional – atestam que somente 40% das redes de ensino do país qualificaram ou estão dando formação aos professores para lecionar durante a Pandemia.
Segundo João Roberto Costa de Souza, especialista em educação do INEC, os dirigentes e gestores educacionais do Brasil precisam tomar para si a tarefa de implementar os processos para o uso das tecnologias de ensino à distância, combinando ferramentas e soluções tecnológicas mais acessíveis às populações mais pobres e vulneráveis, com as ações formativas que efetivamente auxiliem os professores neste que é o maior desafio de suas carreiras. “Em Gavião Peixoto vimos uma equipe gestora muito atenta e comprometida em fazer a diferença neste contexto tão difícil que estamos vivendo. Aqui vimos como notáveis os esforços da cidade em promover a formação, melhorar a infraestrutura tecnológica e garantir a todos o direito à educação”, disse. Para Saulo Monteiro, especialista em planejamento e gestão, organizar os processos formativos durante pandemia é algo sempre muito desafiador e vai muito além do ato de capacitar professores para o uso de ferramentas digitais “É preciso, antes de tudo, planejar e selecionar criteriosamente os aplicativos a serem utilizados, considerando possíveis entraves tecnológicos. Nas redes públicas do Brasil a maioria dos pais e alunos dispõem de pacotes de internet limitados e dispositivos móveis muito modestos que exigem do gestor muita sensibilidade na escolha das soluções tecnológicas. Para este trabalho o INEC fez uma ampla e criteriosa pesquisa de aplicativos que fossem gratuitos, intuitivos e de fácil assimilação pelo usuário. Selecionamos ferramentas digitais que facilitassem os processos criação do professor e diminuíssem o tempo gasto com a produção das aulas e outras atividades docentes”, disse.
Outra preocupação importante apontada pelos consultores do INEC é que, depois de prontas, as aulas possam ser acessadas através de redes sociais amplamente utilizadas pelos pais e alunos, tais como, o WhatsApp e o Facebook. Além disso eles chamam atenção para o fato de que as aulas remotas não podem ser um exercício de mera transposição de conteúdos dados nas aulas tradicionais para os ambientes virtuais.
Para João Roberto de Souza, “o uso das chamadas metodologias ativas, pressupõem um maior empoderamento e engajamento dos alunos na busca pelo conhecimento e um redimensionamento do papel e do lugar ocupado pelo professor no processo de ensino e aprendizagem”. Do ponto de vista conceitual o professor deve ser um “designer da aprendizagem” que fomente a curiosidade, estimule a prática da pesquisa conferindo uma maior autonomia do aluno”, disse.
As instituições interessadas em conhecer melhor o programa do INEC e implementarem nos seus municípios pode solicitar informações através do e-mail: inec.sjc@gmail.com