Author : inec

INEC REALIZA EM UBATUBA OFICINAS DE METODOLOGIAS ATIVAS E FERRAMENTAS DIGITAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO

Na semana passada, entre os dias 02 e 06 de agosto, os professores de Ubatuba/SP, município do litoral norte do Estado de São Paulo, receberam o apoio técnico e pedagógico do INEC para a capacitação em ferramentas e aplicativos digitais voltados para o Ensino à Distância (EaD).

Para o consultor Saulo Monteiro, o objetivo principal do programa de oficinas é capacitar o corpo docente das prefeituras em soluções digitais que facilitem a elaboração e envio das aulas para os alunos durante a pandemia. “Durante as oficinas temos estimulado as equipes das redes a terem um olhar mais amplo e perceberem as múltiplas dimensões e tarefas que esse novo desafio envolve. Não menos importante do que formar os professores para o uso das tecnologias são as ações de construção das redes de comunicação, o mapeamento da infraestrutura de internet e dos dispositivos eletrônicos que docentes e alunos possuem, bem como as avaliações periódicas dos protocolos adotados que, muitas vezes, precisam ser revistos”. 

Para João Roberto Costa de Souza, especialista em Educação do INEC, a organização dos processos formativos durante pandemia são muito desafiadores e vão muito além do ato de treinar professores para o uso de ferramentas digitais “É preciso, antes de tudo, selecionar criteriosamente os aplicativos a serem utilizados, considerando possíveis entraves tecnológicos, visto que nas redes públicas do Brasil a maioria dos pais e alunos dispõem de pacotes de internet limitados e dispositivos móveis muito modestos que exigem do gestor muita sensibilidade na escolha das soluções tecnológicas. Para esse trabalho selecionamos ferramentas e aplicativos digitais que facilitam os processos criação do professor e diminuam o tempo gasto com a produção de aulas e outras atividades. Outro critério importante é que, depois de prontas, as aulas pudessem ser acessadas através de redes sociais amplamente utilizadas pelos pais e alunos, tais como, o Whatsapp e o Facebook. 

Para o INEC, uma questão importante é estarmos atentos para o fato de que as aulas remotas não podem ser um exercício de mera transposição de conteúdos dados nas aulas tradicionais para os ambientes virtuais: “Do ponto de vista conceitual o professor deve ser um “designer da aprendizagem” que fomente a curiosidade e estimule a prática da pesquisa e uma maior autonomia do aluno”. Para João Roberto, “o uso das chamadas “metodologias ativas”, pressupõe um maior empoderamento e engajamento dos alunos na busca pelo conhecimento e um redimensionamento do papel e do lugar ocupado pelo professor”. 

Para a Professora Ana Oliveira, da equipe de supervisão da secretaria de educação, as oficinas do INEC somam-se às outras iniciativas já adotadas anteriormente pela prefeitura como Portal da Educação, implementado  pelo pessoal do suporte tecnológico que tem contribuído bastante nesse contexto tão complexo que estamos vivendo. “Com a retomada das aulas presenciais, adotamos novos protocolos válidos para todas as escolas e aceleramos os processos formativos para que os professores estejam capacitados não somente para este momento, mas para o futuro da educação pós pandemia”, disse. 

Foto: Professores nas Oficinas de Metodologias e Aplicativos Digitais para o Ensino.

No município de Ubatuba, este programa de formação contemplou 91 professores de diversas escolas da Rede Municipal de Educação. Divididos em turmas com 10 professores, os treinamentos foram feitos observando normas de segurança sanitária, uso de álcool gel para higienização dos equipamentos e máscaras de proteção para todos os professores. Ao todo, foram ofertadas 8 turmas e 32 sessões de treinamento nos aplicativos Google Classroom (Google Sala de Aula), Padlet (quadro negro virtual) e Book Creator, para elaboração de livros   digitais.

Além do trabalho com os professores foi realizada uma Oficina de Planejamento com foco nos desafios que envolvem o trabalho docente nesta fase da Pandemia que, com o avanço da vacinação, permitiu a retomada das aulas num sistema de revezamento que combina os regimes presencial e remoto. 
Para a Secretária de Educação de Ubatuba, Professora Maria de Fátima Barros, essa capacitação é importante porque além de atender as demandas específicas e conjunturais desta pandemia, possibilita o conhecimento e o uso de metodologias ativas previstas na recém homologada Base Nacional Comum Curricular – a BNCC. Outra questão observada pela gestora diz respeito à qualidade do sinal de internet que, segundo ela, ainda é um grande desafio na maioria das cidades. “Muitos pais e alunos possuem pacotes de internet limitados cujo acesso se dá, via de regra, por aparelhos smartphones bastante modestos. A utilização de aplicativos que não precisam ser baixados no celular das famílias e podem ser acessados pelo whatsapp me pareceu uma escolha sensata do INEC”, disse ela.

Foto: Professora Flávia Pascoal, Prefeita de Ubatuba/SP

Outra entusiasta desta iniciativa é a Prefeita Municipal, que também é funcionária pública de carreira e integrante efetiva do quadro do magistério municipal. “Ficamos felizes com o retorno positivo dos professores que aprovaram essa nossa iniciativa. Daqui em diante, iremos avançar ainda mais nos compromissos que estabelecemos para melhorar as condições da educação e do magistério municipal, disse.

Municípios interessados em conhecer melhor o programa do INEC e implementarem nos seus municípios pode solicitar informações através do e-mail: inec.sjc@gmail.com 

MUNICÍPIO DE GAVIÃO PEIXOTO REALIZA OFICINAS EM METODOLOGIAS ATIVAS

No último mês de maio, os funcionários da rede municipal de educação de Gavião Peixoto receberam o apoio técnico do INEC em ações planejamento e capacitação de professores com foco nas metodologias ativas e no uso intensivo de aplicativos digitais para o ensino à distância.

Dentre as ações desenvolvidas neste projeto destacam-se o planejamento estratégico situacional no contexto da pandemia, mapeamentos e diagnósticos para mensuração dos problemas/prioridades de formação e o treinamento de professores para o uso de ferramentas e aplicativos digitais voltados para o Ensino à distância.

Em Gavião Peixoto, participaram das oficinas todos os professores, os quais foram divididos em turmas com presença máxima de 10 profissionais por sala.

Durante as atividades, foram respeitados todos os protocolos sanitários de distanciamento social, o uso obrigatório de máscaras de proteção e álcool gel para desinfecção dos equipamentos. Ao todo, foram realizadas 32 sessões de treinamentos nos aplicativos Google Classroom (sala de aula), Padlet (quadro negro virtual) e Book Creator (livros digitais), além de duas sessões de planejamento com as equipes gestoras da Secretaria Municipal de Educação.

Foto 1: Professores em capacitação, Gavião Peixoto – SP

Para a Secretária de Educação, Sônia Regina Mattiassi, os desafios encontrados em relação ao processo ensino e aprendizagem têm sido enormes: “Buscávamos uma formação que abordasse ferramentas tecnológicas acessíveis e que contribuísse para o desenvolvimento de roteiros pedagógicos elaborados pelos professores e encaminhados para os alunos. Nesse sentido, as oficinas oferecidas pelo INEC aos professores e equipe gestora proporcionaram um aprendizado que nos auxiliará não somente para a continuidade das aulas remotas, mas também após esse período”.
Com as aulas presenciais suspensas desde o início da Pandemia de Covid19 muitos professores têm relatado dificuldades nos processos de implementação de ensino a distância. Dados da pesquisa “A Educação não pode Parar”, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) em parceria com o IEDE – Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional – atestam que somente 40% das redes de ensino do país qualificaram ou estão dando formação aos professores para lecionar durante a Pandemia. 

Segundo João Roberto Costa de Souza, especialista em educação do INEC, os dirigentes e gestores educacionais do Brasil precisam tomar para si a tarefa de implementar os processos para o uso das tecnologias de ensino à distância, combinando ferramentas e soluções tecnológicas mais acessíveis às populações mais pobres e vulneráveis, com as ações formativas que efetivamente auxiliem os professores neste que é o maior desafio de suas carreiras. “Em Gavião Peixoto vimos uma equipe gestora muito atenta e comprometida em fazer a diferença neste contexto tão difícil que estamos vivendo. Aqui vimos como notáveis os esforços da cidade em promover a formação, melhorar a infraestrutura tecnológica e garantir a todos o direito à educação”, disse. Para Saulo Monteiro, especialista em planejamento e gestão, organizar os processos formativos durante pandemia é algo sempre muito desafiador e vai muito além do ato de capacitar professores para o uso de ferramentas digitais “É preciso, antes de tudo, planejar e selecionar criteriosamente os aplicativos a serem utilizados, considerando possíveis entraves tecnológicos. Nas redes públicas do Brasil a maioria dos pais e alunos dispõem de pacotes de internet limitados e dispositivos móveis muito modestos que exigem do gestor muita sensibilidade na escolha das soluções tecnológicas. Para este trabalho o INEC fez uma ampla e criteriosa pesquisa de aplicativos que fossem gratuitos, intuitivos e de fácil assimilação pelo usuário. Selecionamos ferramentas digitais que facilitassem os processos criação do professor e diminuíssem o tempo gasto com a produção das aulas e outras atividades docentes”, disse.

Outra preocupação importante apontada pelos consultores do INEC é que, depois de prontas, as aulas possam ser acessadas através de redes sociais amplamente utilizadas pelos pais e alunos, tais como, o WhatsApp e o Facebook. Além disso eles chamam atenção para o fato de que as aulas remotas não podem ser um exercício de mera transposição de conteúdos dados nas aulas tradicionais para os ambientes virtuais.

Para João Roberto de Souza, “o uso das chamadas metodologias ativas, pressupõem um maior empoderamento e engajamento dos alunos na busca pelo conhecimento e um redimensionamento do papel e do lugar ocupado pelo professor no processo de ensino e aprendizagem”. Do ponto de vista conceitual o professor deve ser um “designer da aprendizagem” que fomente a curiosidade, estimule a prática da pesquisa conferindo uma maior autonomia do aluno”, disse.

As instituições interessadas em conhecer melhor o programa do INEC e implementarem nos seus municípios pode solicitar informações através do e-mail: inec.sjc@gmail.com

INEC REALIZA EM ARARAQUARA-SP OFICINAS PARA O ENSINO À DISTÂNCIA

Entre os dias 10 e 14 de maio os professores e equipes técnicas da Secretaria Municipal de Educação de Araraquara-SP, receberam o apoio técnico e pedagógico do INEC para a capacitação de professores no uso de ferramentas e aplicativos digitais voltados para o Ensino à Distância (EaD).

Para o consultor João Roberto Costa de Souza, o objetivo principal do programa de oficinas é capacitar o corpo docente das prefeituras em soluções digitais que facilitem a elaboração e envio das aulas para os alunos durante a pandemia. “Durante as oficinas temos estimulado as equipes das redes a terem um olhar mais amplo e perceberem as múltiplas dimensões e tarefas que esse novo desafio envolve. Não menos importante do que formar os professores para o uso das tecnologias são as ações de construção das redes de comunicação, o mapeamento da infraestrutura de internet e dos dispositivos eletrônicos que docentes e alunos possuem, bem como as avaliações periódicas dos protocolos adotados que, muitas vezes, precisam ser revistos”.

Para Saulo Monteiro, especialista em Planejamento e Gestão, a organização dos processos formativos durante pandemia é muito desafiador e vai muito além do ato de treinar professores para o uso de ferramentas digitais “É preciso, antes de tudo, selecionar criteriosamente os aplicativos a serem utilizados, considerando possíveis entraves tecnológicos. Sobre esse mesmo aspecto, a Professora Dra. Mônica Gardelli, que também participou dos trabalhos disse: “Nas redes públicas do Brasil a maioria dos pais e alunos dispõem de pacotes de internet limitados e dispositivos móveis muito modestos que exigem do gestor muita sensibilidade na escolha das soluções tecnológicas”. Para este trabalho o INEC fez uma ampla e criteriosa pesquisa de aplicativos que fossem gratuitos, intuitivos e de fácil assimilação pelo usuário. Selecionamos ferramentas digitais que facilitassem os processos criação do professor e diminuíssem o tempo gasto com a produção das aulas e outras atividades docentes”, disse.

Outra preocupação importante apontada pelos consultores do INEC é que, depois de prontas, as aulas possam ser acessadas através de redes sociais amplamente utilizadas pelos pais e alunos, tais como, o WhatsApp e o Facebook. Além disso eles chamam atenção para o fato de que as aulas remotas não podem ser um exercício de mera transposição de conteúdos dados nas aulas tradicionais para os ambientes virtuais. Do ponto de vista conceitual o professor deve ser um “designer da aprendizagem” que fomente a curiosidade, estimule a prática da pesquisa conferindo uma maior autonomia do aluno”, disse Saulo Monteiro. Para João Roberto de Souza, “o uso das chamadas metodologias ativas, pressupõem um maior empoderamento e engajamento dos alunos na busca pelo conhecimento e um redimensionamento do papel e do lugar ocupado pelo professor no processo de ensino e aprendizagem”. 

Foto: Prof.Dra Mônica G. Franco na reunião de Planejamento das Oficinas

Para Professora Márcia Ferreira de Castro, gerente de tecnologias da Secretaria de Educação de Araraquara, as oficinas oferecidas pelo INEC ajudarão muito os professores nesta fase da Pandemia. Segundo ela “O Padlet – aplicativo utilizado nas oficinas para o desenvolvimento de roteiros pedagógicos – é uma excelente ferramenta para os professores, seja para as aulas remotas, seja para as aulas presenciais no contexto pós pandemia”.

Profa. Clélia Mara dos Santos Secretária de Educação de Araraquara


Segundo a Secretária Municipal de Educação de Araraquara, professora Clélia Mara dos Santos, “É função da gestão municipal dar subsídios para que os professores possam conhecer e aprofundar seus conhecimentos em tecnologias acessíveis e eficazes. Formação como esta, propiciada pelo INEC, que aborda ferramentas digitais colaborativas, de fácil acesso e gratuitas é fundamental, pois contribui para o desenvolvimento de competências tecnológicas e comunicacionais dos professores e gestores e, certamente, aprimora as formas de ensino, num cenário de conjugação de aprendizagem remota e híbrida, de reinvenção da atuação da escola que precisa superar seus tradicionais processos de ensino e aprendizagem”.




Foto: Professores nas Oficinas de Capacitação – CEDEPE-SME, Araraquara-SP

Divididos em várias turmas, o INEC capacitou 90 professoras (es) e 16 diretoras de escola. Para os treinamentos presenciais foram observadas as normas de segurança sanitária, o uso de álcool gel para higienização e uso obrigatório de máscaras de proteção para todos os participantes. Ao todo, foram realizadas 18 sessões de Oficinas nos aplicativos Google Classroom (sala de aula), Padlet (quadro negro virtual) além de duas sessões de Planejamento com as equipes gestoras da Secretaria Municipal de Educação. Todas essas atividades foram realizadas no Espaço do CEDEPE (Centro de Desenvolvimento Profissional de Educadores Professor Paulo Freire), com sede em Araraquara.

As instituições interessadas em conhecer melhor o programa do INEC e implementarem nos seus municípios pode solicitar informações através do e-mail: inec.sjc@gmail.com 

Ensino remoto é difícil, mas já pensou como é a alfabetização a distância?

Especialistas citam atividades alternativas para manter crianças engajadas com o processo de aprendizado, que não deve ser encarado como algo exclusivo da escola.

Repertcurtimos aqui a Matéria do site: Porvir.

por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 1 de abril de 2021

O processo educacional em 2020 foi marcado por inúmeros momentos que demandaram a reinvenção de métodos e estratégias para contornar alguns desafios, como a questão do acesso a equipamentos e internet, por exemplo. A motivação dos alunos também foi uma questão amplamente debatida pelos professores. Se foi difícil manter o engajamento dos que já são alfabetizados, o que dizer de quem ainda está no processo de aprendizado dos números e letras?

No Brasil, espera-se que as crianças estejam alfabetizadas até o final do segundo ano do ensino fundamental 1 e uma das condições fundamentais para que essa meta seja alcançada é a mediação do professor especialista, que cria situações para que os alunos façam uso das habilidades que já possuem para aprender aquilo que ainda não sabem.

Para Marta Durante, diretora pedagógica da Camino Education, todo esse movimento foi prejudicado pela pandemia, sobretudo considerando que a conectividade e acesso à equipamentos não é a realidade da maioria dos estudantes brasileiros, sobretudo aqueles da rede pública de ensino.

Nesse sentido, a especialista cita alternativas. “Algumas instituições públicas organizaram kits para as crianças realizarem atividades, como cantar músicas, pensar com que letra começa determinada palavra, encontrar uma palavra em uma frase, fazer caça-palavras. São situações em que podem pensar no sistema de escrita ao mesmo tempo em que têm a sensação de que estão brincando.”

Reforçar esse lado lúdico também consiste em um caminho para diminuir o peso e tornar o processo de alfabetização mais leve e prazeroso. “Existe um universo de coisas que podem ser feitas em casa, entre propostas muito mais bacanas e divertidas do que essa ideia de ficar ensinando sílabas e letras. Quando pensamos na alfabetização como uma imersão no mundo da escrita e em situações em que as crianças vão se colocar como leitoras e escritoras antes mesmo de saber ler e escrever, são muitas as possibilidades de fazer coisas que têm a ver com elas.”

Mais qualidade, menos quantidade
Outro ponto fundamental citado por Marta é priorizar a qualidade em relação à quantidade das atividades propostas. Como em outras situações, aqui menos também é mais. A ideia é encontrar caminhos para qualificar a relação entre com o professor, e, para isso, uma alternativa é, para aquelas instituições que conseguem realizar atividades online, dividir a turma em grupos menores, usando os chamados textos que sabem de memória – cantigas, parlendas e outras músicas.

“Se em três vezes da semana estou com o grupo todo, nos outros dias posso criar grupos menores. Assim, vou poder interagir com menos crianças e fazer uma reflexão mais específica, para poder entender realmente quem não está avançando. No ano passado, na Camino School, a professora de Língua Portuguesa pedia para que os alunos mostrassem na câmera mesmo o que escreveram no papel. Se fosse um grupo de 30, isso não seria possível. Mas com essa divisão, o professor consegue compreender em qual hipótese cada um está a partir da forma como escreveu.”Se em três vezes da semana estou com o grupo todo, nos outros dias posso criar grupos menores. Assim, vou poder interagir com menos crianças e fazer uma reflexão mais específica

Esse processo faz parte das chamadas atividades diagnósticas, tidas como fundamentais para que os professores entendam quais são as facilidades e dificuldades dos alunos e possam fazer intervenções mais direcionadas e apoiar o avanço no processo de ensino-aprendizagem. Para aqueles que estão aquém do esperado em termos de aprendizado, Marta reforça a importância e necessidade de um trabalho mais direcionado e intencional, envolvendo acompanhamentos individualizados.

Uma ferramenta que pode ajudar no processo de reflexão sobre a escrita é a construção de um kits de fichas com o nome dos colegas da turma, dos animais que o grupo está estudando, com letras de músicas e receitas de comida, poemas e cantigas. “A ideia é que seja um instrumento que possam usar como informativo e não cópia. Elas podem pensar: ‘se macaco escreve assim, como escreve Maria?’. É um material que pode ajudá-las a pensar nesses desafios.”

Como manter a motivação
“Eu ouvi o depoimento de uma criança no ano passado que começou o processo de leitura e escrita quase junto com a pandemia. Ela estava superanimada, mas com o ensino remoto, meio que ‘perdeu o pique’. Com o novo ano, ela criou um novo fôlego. Mas quando viu que tinha perdido o fio, foi mais difícil e ficou para trás, já que ‘não tinha porque aprender a ler e escrever já que não ia mais para a escola’”. Esse caso narrado por Renata Frauendorf, doutoranda em educação e coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, representa mais um dos desafios no processo de alfabetização em meio ao ensino remoto: manter a motivação.

Para a especialista, a questão envolve desvincular o aprendizado a algo exclusivamente relacionado à escola. “Mais do que nunca, acredito que entra no papel da família conversar com seus filhos sobre o quanto a leitura e escrita vão além da escola. Precisamos mostrar que nem tudo está perdido, e que é importante, sim, que os estudantes estejam nesse espaço remoto, fazendo as atividades propostas”, explica.Mais do que nunca, acredito que entra no papel da família conversar com seus filhos sobre o quanto a leitura e escrita vão além da escola

Segundo Renata, é importante que a alfabetização não seja compreendida como “aquisição de uma técnica”, uma vez que, nesse caso, o aprendizado só seria possível com a presença do detentor dessa técnica, isto é, o professor. A ideia é pensar na alfabetização como um processo de aquisição dessa linhagem, a partir de situações nas quais as crianças participam de forma ativa e estão imersas na cultura escrita.

“Precisamos compreender que existem situações em casa que são extremamente potentes para essas crianças pensarem sobre a leitura e escrita, que vão para muito além da escola.” Nesse processo, a família é de extrema importância e elo fundamental para que exista toda uma organização do ambiente que facilite e encoraje a aprendizagem.

Interação entre pares
Renata também aponta que a ausência da escola de forma presencial também dificulta a interação entre as crianças, sobretudo as menores, e com professores e outros adultos, o que, por sua vez, atrapalha as condições para a alfabetização. Nesse sentido, destaca a iniciativa de alguns professores de criarem pequenos grupos em ferramentas como WhatsApp e, em chamadas de vídeo, criam espaço para que os alunos pensem e troquem o que estão pensando e vivendo.

“Acredito que um desafio gigante não só na alfabetização, mas também em outros segmentos como na universidade, é reconectar os estudantes a esse lugar de aprender. É possível, por exemplo, escreverem juntos a legenda de uma foto, pensar em uma lista de coisas que querem fazer quando voltarem à escola ou quando puderem circular pela cidade novamente, escrever uma lista de desejos – o que pode ajudar a abrir possibilidades de futuro –, pensar sobre o que gostaram ou não de experiências do ano passado, escrever uma carta para um parente que não está vendo, observar e anotar algo plantado no jardim. São alternativas para que o professor também vá além de ensinar tal letra”, exemplifica Renata.

Ir na contramão de mensagens pessimistas também é uma estratégia válida, segundo a especialista. Ela reforça que é muito prejudicial que estudantes ouçam que o ano passado foi perdido. Por isso, é importante retomar o que houve de aprendizado e experiências, refletir sobre como tudo isso foi importante e como pode-se repensar práticas não tão boas. “É possível fazer isso com crianças pequenas, elas são muito mais abertas a conversar do que nós imaginamos.”

O desafio de conciliar remoto e presencial
Mais do que pensar em formas de conciliar o ensino remoto com o presencial – já que muitas escolas adotaram, principalmente no começo do ano, o rodízio de estudantes – Marta explica que deve-se planejar atividades próprias para cada momento. Para aqueles que estão em casa, os momentos assíncronos podem ser destinados a desafios, pesquisas e atividades de investigação, deixando para que as propostas mais complexas, que demandam intervenção do professor, sejam realizadas quando esse grupo estiver presencialmente na escola. “Não dá mais para termos atividades de cópia e sem sentido. Agora, mais do que nunca, as metodologias ativas precisam ser usadas”, defende.Não dá mais para termos atividades de cópia e sem sentido. Agora, mais do que nunca, as metodologias ativas precisam ser usadas

Renata, por sua vez, aponta a importância de escolas ou redes fazerem um mapeamento de alunos que ficaram inacessíveis durante a pandemia e tiveram pouco ou nenhum contato com a escola, de forma a criar uma lista de prioridades a serem atendidas quando for possível retomar as atividades. “É importante mapear aqueles que continuam à margem para pensar no acolhimento e em situações de leitura e escrita que façam parte de seu dia a dia. Nesse processo, não podemos deixar de pensar em avaliações diagnósticas”, explica.

Entretanto, a coordenadora do Instituto Avisa Lá deixa claro que acredita ser mais efetivo reforçar aquilo que os alunos já sabem do que direcionar a atenção para o que não sabem e não aprenderam. “Se fizermos levantamentos sobre o que as crianças não sabem, não conseguimos dialogar com o saber que elas já têm. O Avisa Lá segue muito essa ideia de, a partir do que cada um já sabe, fazer propostas para que possam avançar. Entrar em um jogo sabendo do que ela não sabe é um fato de desânimo. A maior questão nesse momento é resgatar o desejo de aprender e pensar em leitura e escrita.”

Acordo do INEC viabilizará Programa Master Class nas Redes Municipais de Educação

Nesse início de 2021 o INEC e a Prof. Dra. Monica Gardelli Franco firmaram uma parceria para viabilizar a realização do Programa Master Class: Gestão escolar com foco na aprendizagem – nas redes públicas municipais de Educação.

Segundo a Professora Monica (ver currículo na sessão equipe deste site), o objetivo desse programa é capacitar as equipes gestoras das escolas que apresentam menores índices de aprendizagem e por meio de estratégias, ferramentas de gestão e monitoramento, identificar as potencialidades e fragilidades que impactam a aprendizagem dos alunos no contexto escolar.

Segundo sua idealizadora, “no escopo do programa são apresentados instrumentos auto avaliativos eficazes para análise das fragilidades da organização escolar e indicadores que permitem evidenciar o percurso e reconhecer os avanços nos caminhos traçados para o alcance dos resultados de aprendizagem, ou seja, conceber um plano de ação para uma gestão com foco na aprendizagem. Com planejamento e o apoio de ferramentas adequadas, a equipe gestora poderá observar o engajamento de professores e alunos no alcance dos resultados”.

Entre o segundo semestre de 2019 e 2020, gestores e supervisores escolares da Rede SESI-SP receberam apoio técnico e pedagógico da professora Mônica para o desenvolvimento do programa. Nesta aplicação piloto, as duas unidades participantes foram as que apresentaram maiores resultados nos indicadores da rede, fazendo com que o SESI-SP levasse a metodologia para toda sua rede de ensino.

Foto 1: Monica Gardelli e Equipe do Sesi-SP

De acordo com Conceição Ribeiro, diretora da unidade Sesi 387 “O programa Gestão Escolar com foco na aprendizagem possibilitou um mergulho nas potencialidades da sua escola e possibilitou identificar práticas e caminhos para acolher os professores e alunos, potencializando o engajamento nas conquistas dos objetivos coletivos”. Segundo ela “as ferramentas disponibilizadas nos permitiram estar em constante avaliação e monitoramento das ações da escola e contribuíram para o alcance dos resultados de aprendizagem. O programa impactou na cultura da escola, trazendo resultados já durante a formação.”

Foto 2: Reuniões on line “Master Class”

Para Alcione Yamasaki, coordenadora pedagógica da unidade Sesi 013 “A metodologia Master Class – Gestão escolar com foco na aprendizagem possibilitou que conduzíssemos uma autoavaliação sistêmica das ações e responsabilidades da equipe gestora da escola. Isso permitiu que identificássemos as potencialidades, assim como as fragilidades das nossas ações. Ao identificá-las fomos capazes de estabelecer metas de alcance de resultados em cada uma das dimensões da gestão escolar. Essa formação possibilitou, desde o primeiro encontro, reorientar as nossas ações enquanto equipe gestora para canalizarmos esforços coletivos para garantia da aprendizagem dos alunos. O trabalho resulta num engajamento coletivo, comunidade de pais, professores, gestores e alunos para a garantia dos direitos de aprendizagem de todos os alunos”.

Para João Roberto Costa de Souza, diretor do INEC, o Programa Master Class pode ajudar as escolas que apresentaram desempenhos de IDEB abaixo da média municipal e, consequentemente, promover um melhor desempenho das redes municipais de educação nas próximas avaliações. Segundo ele, na maioria das redes públicas do Brasil “há um fosso que separa as melhores e as piores escolas e o gestor deve ter o foco nas unidades que enfrentam as maiores dificuldades”, disse.

SIM INOVA PROMETE REVOLUCIONAR O ENSINO DE ARTES NAS ESCOLAS

A SIM inova – uma empresa brasileira que tem se destacado no mercado de inovação educacional – acaba de lançar um projeto inovador que pretende tornar as aulas ainda mais interessantes. Concebido em parceria coma a gigante americana Apple, o Projeto “SIM Criar” tem como propósito principal fazer com que alunos aprendam e explorem o universo criativo aliando arte, tecnologia e educação.

Ministrado como uma atividade extracurricular (mas que pode também ser incorporado como uma disciplina optativa) o Programa “SIM Criar” potencializa a criatividade dos alunos que passam a desenvolver um universo lúdico a partir de ferramentas disponíveis em iPads. São ferramentas e aplicativos de desenho, músicas, filmes e fotos que tornam as aulas mais instigantes e divertidas.

Segundo Ivan Ipolyto, um dos sócios executivos da empresa, “fizemos este projeto para que os estudantes do ensino fundamental I e II pudessem acompanhar as aulas de forma contextualizadas, através de professores capacitados que expandissem e colocassem em prática tudo que aprenderam”. Como ele próprio explica o módulo de implantação dura seis meses, com turmas de 20 alunos e três horas aula por semana, mas tudo pode ser ajustado de acordo com a grade curricular da escola e as especificidades de cada rede de ensino. A metodologia de trabalho prevê a formação em duplas que operam modernos iPads e um ecossistema de aprendizagem composto por 12 conjuntos de iPads, Apple Pencil, Smart Keyboard, uma Apple TV, uma smart TV Led 50 polegadas com suporte para parede, além de um gabinete de recarga por grupo de 20 alunos. Ao fim do projeto de implantação todo esse equipamento fica para escola e todos os alunos são certificados. Ou seja, ao passar pela escola o Projeto deixa um legado de conhecimento e um conjunto de equipamentos que a colocam em outro patamar tecnológico.

João Roberto de Souza, especialista do INEC conheceu o projeto e disse não ter dúvidas de que a pandemia acelerou os processos de incorporação da tecnologia na escola. “Projetos como esse vão, inevitavelmente, transformando positivamente o papel e o lugar do professor na sala de aula. A necessidade desenvolver aulas para um ensino à distância fez com que alunos e professores voltassem para as chamadas metodologias ativas e incorporassem o uso de ferramentas e aplicativos nos processos de ensino e aprendizagem”.

Mark Church, um renomado professor da Havard School que esteve recentemente no Brasil, defendeu que no século XXI precisamos de uma “aprendizagem ativa”, baseada em incentivos para que os alunos pensem e tenham mais autonomia. Ao expor seu conceito de “pensamento visível”, ele explica dizendo não ser possível ensinar curiosidade durante uma aula, mas sim criar o hábito de que os estudantes façam perguntas e busquem o que está por trás das perguntas, e assim saber o que fazer em situações desconhecidas.

Quer saber mais sobre esse projeto? Acesse o site: http://siminova.com.br/simcriar

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