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IDEB 2019 SERÁ DIVULGADO NA PRÓXIMA TERÇA FEIRA

A divulgação dos resultados IDEB (índice de Desenvolvimento da Educação Básica), marcada para próxima terça feira, dia 15, tem gerado um clima de muita expectativa para os gestores públicos e secretários de Educação da RM do Vale. 

Indagada sobre o assunto, a Secretária de Educação de Guaratinguetá, Elizabeth Sampaio, diz estar otimista, sobretudo em relação aos resultados da segunda etapa do fundamental, que compreende a faixa que vai do 6º ao 9º ano da Educação Básica. Segundo ela,

“Guaratinguetá já vinha obtendo resultados muito satisfatórios nos anos iniciais fazendo com que priorizássemos as ações de planejamento e estratégias que tomassem como foco um melhor resultado para os aos finais do ensino fundamental”.

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No mês passado, o INEC assessorou a rede municipal de Guaratinguetá organizando três rodadas de devolutivas sobre os resultados preliminares de proficiência da ultima Prova SAEB. Participaram das reuniões os diretores e coordenadores da rede municipal que puderam ter contato com os resultados preliminares fornecidos pelo INEP/MEC. Para João Roberto de Souza, consultor do INEC, esses resultados permitiram à rede refletir antecipadamente sobre o desempenho dos alunos na última edição da Prova, bem como planejar ações futuras com vistas a realização da próxima avaliação, prevista para outubro de 2021. Para Regina Guimarães, subsecretária de Educação da Rede Municipal, discutir os resultados com diretores e coordenadores pedagógicos é uma ação fundamental para garantir o engajamento para ações de melhoria futura do aprendizado

“Recebemos com muita satisfação os resultados preliminares de proficiência em matemática e língua portuguesa aferidas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que apontaram uma considerável melhora de desempenho nesta etapa do ensino. Melhoramos em 14 das 21 escolas da rede municipal e esperamos que a nota a ser divulgada confirme nossa expectativa positiva”, diz ela. 

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Os resultados de aprendizagem dos estudantes, aferidos no SAEB, juntamente com as taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas por meio do censo escolar, compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). As notas do IDEB serão divulgadas na próxima terça feira, em coletiva à imprensa dada pelo Ministro da Educação Milton Ribeiro, na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).   

O INEC Educação em parceria com a FLACSO Brasil, lançou o Programa Latino Americano – Altas Lideranças em Educação.

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Um programa para reunir especialistas e instituições reconhecidas nacionalmente e internacionalmente por sua atuação nos âmbitos da educação pública.
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Este programa foi iniciado e planejado para ocorrer entre os meses de março a agosto de 2020, configurado para gestores e líderes educacionais de governos. Contudo, em razão da crise do novo coronavírus passa por algumas adequações circunstanciais e mudanças na realização.
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Para mais informações entre em contato através do 12 3949.1178 / 99114.0596 ou através do e-mail inec.sjc@gmail.com.

MUNICÍPIO DE PIQUETE-SP CAPACITA PROFESSORES EM FERRAMENTAS DIGITAIS PARA ENSINO À DISTÂNCIA

Desde meados de julho, os professores da rede municipal de Educação de Piquete/ SP têm recebido o apoio do INEC para treinamento de professores no uso de ferramentas e aplicativos digitais voltados para o Ensino à distância. Para Saulo Monteiro, diretor do INEC, a meta do Programa de Oficinas é treinar a totalidade do corpo docente da Prefeitura em ferramentas e aplicativos digitais que facilitem a produção e montagem das aulas para os alunos durante a Pandemia. 

Oficinas em Ferramentas Digitais em Piquete SP.

Com as aulas presenciais suspensas desde o início da Pandemia de Covid19 muitos professores têm relatado dificuldades nos processos de implementação de ensino a distância. Dados da pesquisa “A Educação não pode Parar”, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa (IRB) em parceria com o IEDE – Interdisciplinaridade e Evidencias no Debate Educacional – atestam que somente 40% das redes de ensino do país qualificaram ou estão dando formação aos professores para lecionar durante a Pandemia. 

Segundo João Roberto Costa de Souza, especialista em educação do INEC, “os dirigentes e gestores educacionais do Brasil precisam tomar para si a responsabilidade do debate sobre o uso das tecnologias de ensino à distância durante esta Pandemia, priorizando as ferramentas e soluções de informática mais acessíveis às populações mais pobres e vulneráveis,  combinadas com ações formativas que efetivamente auxiliem os professores neste que é o maior desafio de suas carreiras”. 

Em Piquete, a primeira fase deste projeto prevê a realização de 32 Oficinas para grupos de professores (com presença máxima de 6 profissionais por sala) respeitando-se desta forma os protocolos sanitários de distanciamento social: o uso obrigatório de máscaras de proteção e álcool gel para desinfecção dos equipamentos também compõem também o conjunto de medidas de proteção obrigatórias para que professores se sintam seguros  durante as atividades formativas.

Oficinas de Ferramentas Digitais em Piquete, SP

Para Professora Jucélia Lemes Barbosa, coordenadora da Rede Municipal de Educação de Piquete/SP, “as oficinas tem permitido engajar os professores em aprendizagens essenciais para o enfrentamento da Pandemia através de aplicativos e soluções digitais para o Ensino à Distância. Para ela, o treinamento presencial observando-se os protocolos de segurança foi um fator fundamental para garantir a adesão e o envolvimento dos professores ao projeto.

Repercutimos o excelente artigo da Professora Claudia Costin, que integra a equipe de professores facilitadores do Programa Latino Americano de Altas Lideranças em Educação.

Excelente e rápida leitura para hoje:
Claudia Costin:

PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Excelente e rápida leitura para hoje:
Claudia Costin:

PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Excelente e rápida leitura para hoje:
Claudia Costin:

PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Excelente e rápida leitura para hoje:
Claudia Costin:

PERDAS CIVILIZATÓRIAS
Conquistas para sociedade mais inclusiva podem se perder pelo desejo de voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo

As redes sociais parecem ter liberado vozes que não encontravam canal de expressão em outras circunstâncias. Clamores contra limitações impostas por avanços civilizatórios aparecem em diferentes formatos, denunciando o quanto seria desagradável seguir um roteiro politicamente correto, não poder ofender minorias ou fazer chacota com os “menos iguais”.

Foi difícil, ao longo da nossa história, construir visões menos excludentes e fazê-las avançar na sociedade. Apesar de ainda existir uma discriminação velada —e, em alguns países, um pouco ostensiva— dificilmente um governo se gabava, a partir do final do século 20, de ser abertamente racista, negar fatos históricos registrados e adotar um discurso de supremacia do seu povo ou grupo étnico.

Mas o advento de um processo acelerado de automação, que inclui a inteligência artificial, passou a destruir postos de trabalho, até alguns que demandam competências intelectuais. Com isso, a desigualdade social passou a crescer e, com ela, o descontentamento com uma ordem mundial que, ao conectar países, quebrou elos de pertencimento dos que se sentiam antes incluídos, levando-os a uma frenética busca de bodes expiatórios.

Paradoxalmente, a entrada, há poucos anos, de novos atores, numa sociedade que já foi mais restrita, também contribuiu para certo mal-estar. Quando o clube dos que detêm privilégios admite desiguais, há os que se sintam invadidos no seu direito de exclusividade. Na verdade, trata-se de sociedades que começam a se estreitar, penalizando a classe média e minorias que haviam chegado, dependendo do país, há pouco tempo.

Na verdade, de uma maneira ou de outra, alguns avanços civilizatórios correm mesmo o risco de se perderem. Aparentemente, queremos ter a liberdade de ofender minorias, de agregar-lhes sofrimento e proibir-lhes o acesso a espaços que acreditamos reservados apenas a quem, por algum critério, é igual a nós. Afinal seriam eles os culpados pelo mal-estar que experimentamos.

E neste contexto, perdemos todos. As conquistas resultantes de lutas travadas por várias gerações para constituir uma sociedade mais inclusiva podem se perder pelo ressentido desejo de poder voltar a ser politicamente incorreto, racista e ofensivo com tudo o que, de forma incorreta, pode ser usado como bode expiatório para a crise que vivemos.

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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Pandemia fará ensino à distância ser necessário até 2021, diz parecer aprovado pelo CNE

Texto apresenta 14 pontos com recomendações gerais para o planejamento da volta às aulas presenciais. Após ser votado e aprovado por unanimidade, documento agora será revisto e seguirá para o MEC para a homologação nos próximos dias.

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